terça-feira, 27 de agosto de 2013

Re

Aprende a andar novamente, e vem
Ressuscita em ti o gosto dos meus lábios
O caminho do meu corpo...

Sente aquele nosso velho lugar
E nossas velhas histórias ali borradas,
Readapte meu ouvido à brandura da tua voz,
E dos poemas sussurrados em outros dias...

Aprende a amar novamente e vem
Renasce, ressuscita-me
Reama-me.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Pelo direito de poetizar livremente

isso é
p-o-e-s-i-a!

de versos versados
e rimas rimadas!

po

si
a

poesia que jogo
em papéis
que deixo ao relento

poesia de um eu
que morre 
tão efêmero quanto
o vento

poe
sia

poetizo como me apraz!
poetizo do jeito que me satisfaz
poetizo livremente!

poe-sia

se não é de ninguém,
que é alguém
para me dizer como
poetizar?

po-e-si-a

se não é de ninguém
quem é alguém
para calar 
meus versos tão ardentes?

minha, tua
nossa

poe-sia


poetizo como me apraz!
poetizo do jeito que me satisfaz
poetizo 
livremente!

sábado, 18 de maio de 2013

Confusão das figuras que habitam o meu coração


De longe, no lindo jardim
Seres ritmados vão compondo uma melodia de fulgor sem fim...
Bocas badalam,
Mãos dedilham e viajam sem direção, de repente
Quase tocam e arrebatam a incapaz emoção


Bailarinas vão saltando ao soar doce 
Que de vez a melodia faz...
Mas ah! Quando rápida e desritmada fica,
Ah, quanto prazer me traz!


Tudo corre 
É mistério, é intenso, profundo e
Breve
Me enlouquece, e se esvai...


Passando um véu sobre tudo isso,
Uma virgem moça atraente caminhando vai,
Tudo é calma, e os sonhos daquela
Saem na tentativa de apaziguar...


Nem desse modo, os habitantes de meu peito aquietam-se;
Estão agora a rasgar o véu, a rir, caçoar
E a convidar a pobre virgem a valsar...


Assim, batucando, rindo, cantando
Figuras habitantes vão compondo mais um som para a louca canção,
Fazendo temer, vibrar, enlouquecer e amar
Tudo que há em meu coração

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Aos senhores (e senhoras) que passam por mim


Por favor, senhores
Ajudem-me pois tenho fome...

Já vi passar de tudo nesta rua,
Mas nenhuma alma boa me deu o que comer

Aliás, uma vez me deram desprezo
Mas amarga muito na boca
Engoli rapidamente, e não sacia

Por favor, senhores
Ajudem-me
Pois tenho fome de poesia!

Tenho fome dos dias antigos
das moças bem vestidas
dos homens galantes
das músicas que se ouvia a toda hora

Tenho fome das histórias que vi, que li
Tenho fome de mais histórias
de mais bons escritores

Ajudem-me, senhores
Não tenho fome apenas de poesia,
Tenho fome também dos dias antigos
Tenho fome principalmente da fantasia.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Silêncio

Quem sou eu para calar a boca do mundo?
Desse mundo que só vomita merda em meu ouvido.
Quem sou eu para calar alguém com meus argumentos infindos?

É por isso, senhores
Que hoje guardo minha saliva
E o meu verbo.

Deixo que me calem,
E me calo.
Mas nunca hei de escutá-los também...

E mesmo que a manta da submissão
Caia falsamente sobre mim,
A paciência e a liberdade do pensar
São coisas que eu sempre terei.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Poesia Pura


Meus pés já não me aguentam.
A mulher que sou eu
Equilibra-se como pode,
Quase sempre quase caindo

Meu ser já não aguenta o chão
E toda essa patética vida.

Quero morrer

Quem sabe eu renasça
Poesia pura!?
Sem precisar explicar, escrever
Falar

Sem precisar aguentar essa falta de espaço
E esse espaço que não me aguenta.

segunda-feira, 18 de março de 2013

O voo da poesia


Voa, poesia!
Faça do poeta teu avião
Lança mão desse mundo de palavras, 
de fantasia

Voa!
Une todo povo do mundo
Numa só nação!
toda população em prol da arte!

Grita, afirma quem tu és!
Levanta teu estandarte! 
E voa...

Voa por toda parte, por toda direção...
Voa!

Só não esquece de voltar sempre
Oh, querida e amada poesia
Ao meu coração.

sexta-feira, 15 de março de 2013

Praia Linda I


Linda a praia sussurra seus mistérios 
Para mim...
E as sereias cantam, e tudo é sereno, 
Puro.

Minha essência vem daqui!
Dessas águas, desse calor sem fim!

Foi aqui,caminhando nessas areias,
Que descobri plenitude...
Foi ouvindo o mar, o vento
sentindo o sol a queimar-me o corpo

Minha essência nasce aqui!
E esses mistérios são todos meus!
E tudo mais o que existe é e sempre será
Minha alma eternizada nestas águas.

Proibida


Debaixo dessas escadas
Desse piso
Deste colégio, 
Jaz um amor...

Debaixo de toda tradição,
Dos uniformes e respeito
Há um amor sem pejo
Um amor fugaz, mas voraz ainda assim

Há um amor, que nem o tempo 
Há de apagar, que vive neste cheiro dos antigos e
do pó que são...

Jaz nesta sala...
Jaz nestas escadas que tanto corremos 
aflitos, ou não

Ah, esta sala,
Proibida,
Mas não para nós...
Esta sala, esquecida
Quase que particular

Nosso museu, nosso lugar!
Lugar dos amantes, mal amdos,
infiéis, amantes, amantes!
Nosso lugar...

Esta sala, 
Em que eternizamos nossas carícias
Nossos tempos de volúpia...

Esta sala, 
Para sempre nossa
Ainda que nunca mais
possamos entrar.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Aos dezenove dias do mês de fevereiro do ano de dois mil e treze


  Palavras que eu quero pintar, escrever, rabiscar, tanto faz! Palavras que eu quero preencher neste espaço, nesta história! Já odiei as palavras por não expressarem totalmente o que eu sentia. Hoje são minha psicoterapia, hoje compreendo que não são elas que eu quero transmitir, mas sim meu sentimento...Por isso, se um dia algo que eu escrevi chegue às mãos de alguém, espero que  este não tente compreender o sentido com que encadeio as palavras, e sim o sentimento, o momento, a verdadeira poesia dentro da minha humilde poesia!
  Escrevo diretamente do meu cenário, é a minha grande apresentação que todos os dias tento fazer. Abro os olhos, e aqui estou eu neste palco! Sempre quis que este teatro fosse repleto de pessoas, a aplaudirem e chorarem comigo, hoje prefiro que ele seja abandonado assim, hoje que choro e mostro minhas falhas que por orgulho nunca mostrei a ninguém, prefiro e começo a amar este teatro abandonado.
  Hoje sou não sei o que, hoje não sinto nada, minhas pernas estão cansadas, só quero sentar na ponta do palco e escutar a canção da minha vida, sentar e ficar aqui até dormir. Dormir. Primeiro a dor e a raiva, depois esta falsa paz, depois o sono (minha vida tem se limitado a isso ultimamente). Sinceramente não ligo, (vai ver se é porque estou na falsa paz) não ligo mesmo, o único sentimento que tenho agora é ansiedade, preciso dormir!  Preciso dormir, preciso sonhar com coisas que não estejam relacionadas a mim ou a minha vida, ninguém me disse que seria tão difícil assim viver...
  Perdoe esta menina de poucos anos e suas palavras de puro drama (se é assim que me enxerga). Ela não quer abalar o mundo com estas palavras, ela não quer nada de tão grande, ela só quer e precisa escrever... Escrever é como sonhar sem precisar dormir. E esta menina que aqui se encontra precisa sonhar.