Engraçado pensar que na vida tudo se aprende, mas no entanto, há coisas que não vem com manual: Amor, maternidade, primeira vez de qualquer coisa e até poesia. Felizmente a santa modernidade e a santa internet surgiram pra facilitar as coisas com certas dicas. Porém, cada momento é tão subjetivo que no final das contas continuamos a aprender "às cegas".
Quem vem me perguntar sobre como se escreve poesia recebe a cara mais perdida do mundo como resposta. O que você quer saber? Assim, você escreve frases curtas, podem rimar, separadas em grupos de estrofes. Ora, isso não é poesia! E eu não sei bem como se escreve...
Poderia dizer que a coisa mais importante é buscar inspiração e rechear os versinhos e estrofes com essa coisa bonita. Mas esse conselho é semelhante ao que você recebeu quando foi beijar pela primeira vez e esqueceu na hora do ato.
Confesso. Não sei como se escreve poesia. E tenho certeza disso quando olho para a lua e não consigo pintar verso algum. Seria o encanto demasiado que me paralisa? Por que será que é tão difícil dedicar meus versinhos para aquela coisa divina e tão fácil rimar o sorriso dele no papel? É, eu queria saber responder...
Quando falo de paixões o tato com as palavras é tão fácil que escrever vira um pensar gráfico. As palavras são massinhas e eu faço delas o que desejo. Mas quando moldo "Lua", quando quero dizer que a sua existência me pacifica e o seu brilho me devolve o encanto, minhas massinhas endurecem, perdem a validade. E eu me encontro novamente tal qual criança aprendendo a formar frases, perdida na variedade de palavras e objetos para as minhas orações. E novamente me sinto uma menina com medo de beijar errado. E novamente recorro à dica mais oportuna para esses tipos de questões que vem sem gabarito: Arrisco-me.
Fomos feitas do mesmo pó...
Porém, tu brilhas
Grande e branca no céu.
Enquanto eu,
Ínfimo pedaço de matéria e luz divina,
Te analiso em silêncio encantado...
Te percorro as formas, a luz
E a tua ausência de civilização
Que me fazem entender a infinitude dos tempos,
E a brevidade de meus anseios.
Para a Lua, de uma namoradora de Lua.
Gostei dos versos! Poesia é risco mesmo. A cada novo risco na folha um risco de se deixar pra trás algo não dito ou de se dizer algo mal dito. Mas, de qualquer jeito, é um risco permanente que nos faz arriscar mais.
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